9 de maio de 2012


E eu sou o quê, afinal? Uma bola de sentimentos, de emoções, de pensamentos, eu sou um tudo, eu sou um nada. Eu nem mesmo sei se sou o que sou. Eu sou o quê sou.

12 de fevereiro de 2012

Não olhar pra trás. Não me arrepender. Fazer escolhas altruítas que futuramente não me depcionarão. Não ligar mais parao que todos dizem ao meu respeito. Deixar o passado no passado e seguir em frente. A vida me ensinou milhares de coisas mas a principal delas: temos que seguir em frente. E deixar que o passado me condicione é praticamente dizer pasra mim mesma que perdi no jogo da vida.

25 de novembro de 2011

Você não pode fechar uma porta se ainda há o que viver do outro lado.
Despedidas são ruins, eu bem sei. Mas há tantos caminhos por onde percorrer depois de um adeus, depois de um último beijo, sempre foi assim. Não dá para ficar parado na mesma linha porque nunca faremos as coisas mudarem se formos sempre os mesmos. Digo a você que mudanças são incontroláveis e inevitáveis. No começo pode ser desconfortável, mas com o passar das horas, meses ou anos, elas se tornam agradáveis. Novidades são novas até que se tornam velhas. Começos são inícios até que chegam ao fim. Momentos são inesquecíveis até que se tornam apenas lembranças. Beijos são quentes até que os lábios se afastem. Amor é bom até que ele parte seu coração. Mas há tantos novos dele por aí... É, há muitos novos amores por aí...

12 de outubro de 2011


Você já sentiu que nós começamos do meio? Ou você já teve a sensação de que nós temos mentido um pouquinho? Eu quero dizer, qual é? Não é como se nós nos conhecêssemos há tanto tempo assim...
Tracing - John Mayer.

11 de outubro de 2011

A Casa de Vidro - Parte 3

Não sabia o que dizer. Após tantos meses, depois de tantas coisas, ele volta dizendo que me ama. Eu não sabia se eu devera acreditar mas eu conhecia ele. E embora minhas amigas pudessem me chamar de uma completa idiota por acreditar nele, era como se os olhos dele falassem o que o coração dele sentia. E nós, muito menos ele mesmo, poderia evitar isso.

Tomei mais um gole do chá e pus a xícara em cima da mesinha de madeira cor de marfim à minha frente. Silêncio. Um silencio que ao meu ver parecia um tanto quanto eterno. Senti que era minha vez de falar alguma coisa. Eu apenas não sabia exatamente o quê dizer, nem ao menos o quê deveria ser dito. Respirei fundo, contei mentalmente até dez.

- Você me disse isso há cinco meses e um dia depois me deixou. - disse, por fim. - Acha que eu deveria acreditar dessa vez?

 - Sinceramente, acho que não. Se você fosse uma menina esperta não me deixaria nem ao menos entrar para beber chá com biscoitos. - disse ele rindo. - Mas você me ama, e eu sei disso. E você ao mesmo tempo consegue ver que eu ainda te amo apesar de tudo o que aconteceu. E você sabe que é verdade. Mas você não quer acreditar, não é? Acha que vou te deixar de novo se tentarmos pela segunda vez...

- É bem provável. - disse duramente.

- Sei que errei e estou disposto a recomeçar. Não de continuar de onde paramos. Temos que refazer nossa história. - ele sorriu.

Não falei mais nada. Nem ele. Nenhum de nós. Bebi mais um pouco do chá e comi um biscoito. Ele imitou.

- Como vai o jardim?

- Está ótimo. Plantei mais algumas coisas... - disse servindo mais um pouco de chá na xícara dele.

- Obrigado. - disse ele se referindo ao chá. - Posso ver?

- Não há de quê. Sim, claro. Venha. - disse, me levantando.

Caminhamos para fora e nos dirigimos até o jardim que ficara atrás da casa. Algumas coisas mudaram desde que ele se fora há alguns meses. Me encarreguei de mudar a cor das rosas, agora não vermelhas e sim, troquei-as por brancas.

- Rosas brancas... Bonitas. - ele elogiou.

- Obrigada. - sorri dizendo.

- E onde foram parar as vermelhas? Eram as suas preferidas... - perguntou ele, curioso.

- Joguei fora. - dei de ombros e continuamos caminhando pelo jardim.

- Mas porquê? Nossa, você gostava tanto delas...

- Assim como gostava de tantas outras coisas antigamente, mas tive que deixá-las para trás. O tempo passa e algumas coisas, não todas, mas apenas as mais frágeis envelhecem.

- O que está escondendo?

- Nada. São apenas flores.

- Flores mortas?

- Flores... Apenas flores.

Andamos mais alguns passos, outras flores, de vários tipos passavam e nós não percebíamos.

- Foi difícil ter que te deixar... Eu ainda te amava. - ele continuou.

- Você não tinha. Mas você fez.

- Eu... Eu fui estúpido. - lamentou-se

Sentamos num banquinho branco de parque que tinha no meio do jardim. Sem perceber, a escuridão da noite estava tomando conta do crepúsculo que nos rodeava enquanto continuávamos conversando sobre nossas vidas.

- Como vai as suas garotas? - falei rindo.

- Sinceramente, só tenho uma garota e ela está bem na minha frente. E para ser mais sincero ainda,  você sabe que desde que nos conhecemos, eu melhorei e muito.

- Tem ido à igreja? - perguntei aleatoriamente.

- Tenho. Duas vezes por semana e às vezes até quatro! - disse rindo num tom de espanto consigo mesmo.

- Fico feliz. É o melhor que você faz. - sorri.

- Estou tentando melhorar. E você também vai às vezes. Por que não vai com mais frequência?

- Na verdade, estou indo em outra igreja agora. De vez em quando apareço lá, você sabe, é difícil por que eu nasci e cresci lá.

- Não deveria ter saído.

- Não saí.

- Então por que não vai mais?

- Estou tentando me estabilizar novamente.

- Está sendo difícil?

- Não mais.

Nos calamos e observamos as estrelas por um momento. A noite chegara e o frio também. Ele tirou o casaco e jogou por cima de mim e me puxou para entre seus braços, me colocando bem junto de seu peito.

- Não precisava.

- Claro que sim. - sorriu. Sorri de volta. O céu estara limpo e repleto de estrelas. 

- Quais as suas preferidas? - disse ele apontando para o céu.

- Acho que aquelas duas ali. - apontei para duas estrelas que estavam ao norte, sobre nossas cabeças.

- Acha que elas significam algo? - disse acompanhando com os olhos.

- Não. Apenas estrelas.

- Você se tornou tão simples assim? Não há mais filosofias subliminares nas coisas? Tudo se tornou apenas?

- Sim. Apenas flores, apenas estrelas, apenas amor, apenas nós dois. Sabe, desde que você se foi, sinto que nada faz sentido. - me entreguei.

- Por que não faz?

- Porque você dava tom de vermelho aos dias cinzas.

Nos encaramos por exatos quatro segundos. O que iria acontecer? Talvez as coisas mudassem, talvez a gente continuaria seguindo em frente para não nos machucar. Talvez tudo continuaria sendo como nos últimos meses... Simplesmente apenas.

E depois, parando todos os meus pensamentos tortos, ele me beijou.


Fim.


26 de setembro de 2011

Barreiras.

Vejo um vazio. Talvez um vazio não tão vazio assim, mas vazio o suficiente para ser vazio.

Eu andava sozinha desde que você se foi e eu simplesmente não posso te culpar por isso. O meu erro foi acreditar e aceitar que você era um membro do meu corpo e que sem você, meus pulmões parariam de respirar. É o que costumam dizer: você não pode impedir que um passarinho pouse na sua cabeça. Mas pode impedir que ele crie ninhos nela.
Meu segundo erro foi deixar você ficar, e ficar, e ficar e ficar. Ando me perguntando quando será que essa história terá um desvecho e esse aparentemente eterno emaranhado se acabe. Nós nunca terminamos de verdade e acho que é isso que mais me dói. Nunca foi um adeus de verdade, nunca foi um final de verdade porque a gente sempre dizia que ia resolver isso depois. Mas o depois nunca chegou e já se passaram dias e se passaram meses e daqui a pouco serão anos. Você vira e mexe diz por aí que anda sentindo saudades, também disse algumas vezes que se importa mas disfarça. Aí eu fico me perguntando e pergunto aos Céus o que está nos impedindo de sermos felizes. Eu não sei. Mas Deus sabe. Tudo tem seu motivo e sua razão e Deus não mede  tempo da mesma maneira que nós. É algo tão invísivel e tão pequinininho, tão fútil, tão infeliz, tão insignificante que chega à ser tão grande, tão importante, e tão significante.

Mas eu não sei, e para ser sincera desisti de procurar a barreira.