30 de dezembro de 2009

E o tempo não colaborava.

“O tempo passava, e nada mudara. Tudo continuava igual. Tudo como há alguns dias atrás. Só mudara de data no calendário. Os dias para ela eram longos e tristes. Banais. Todas as decisões eram iguais e tolas para ela. Nada fazia sentido desde que o mundo dela mudou. Ela o vira todo dia na escola, mas mesmo assim, não mudara, só a dor aumentava dentro do coração da pobre moça. Nem queria mais ver a foto do rapaz, nem lembrar dos momentos bons. Das conversas incríveis que faziam do iniciar daquele ano. Ela queria que aquilo tudo voltasse, mas era tolice desejar algo assim. Ele, por outro lado, estava sorrindo. Um sorriso reluzente. Mas que não era tão brilhante, capaz de espantar a tristeza daquela que sempre o amou. Ele não olhara mais para ela como amigo. Olhara como se sentisse pena e como se lamentasse o sentimento da moça por ele. Isso a fazia sofrer mais. Fazia a querer fugir daquilo tudo. Ah, pobre moça; como ela escaparia daquele destino entre os dois? Como escapar de tudo aquilo que o destino quis para sua vida? Como escapar de tamanha dor, que era capaz de perfurar seu coração?

Ela queria era mesmo que as lembranças desaparecessem juntamente com o sentimento dela pelo rapaz. E que toda aquela incrível história deles desaparecem. Mas ela só era capaz de ver todos os momentos ruins que passou ao lado dele. Ela não conseguira ver tudo aquilo que fizeram juntos, todos os sorrisos trocados, todos os risos altos, e todas as conversas numa tarde qualquer de verão. Ela se esquecera da amizade deles. Ela esquecera que além de tudo que passaram, ainda eram amigos. Não como eram antes, mas que eram grandes amigos. Ela havia esquecido todos os momentos mágicos entre eles. Todas as trocas de olhares, todos os telefonemas dele para ela para perguntar coisas banais. Ela só vira o mundo como uma esfera de desilusão total.

Ela enfim, chegou no ponto mais fatal de qualquer garota, ela desacreditou no amor, e no seu poder. Ela não conseguira enxergar o mundo como algo bom e bonito. O mundo na sua versão era um ponto grande, preto e branco. Uma esfera de tempestades imaginárias. Sua versão era impressionante. Era horrível poder entrar dentro da mente de uma garota como ela. Ela não vira mais graça em nada. Meu desejo era que nenhuma outra garota passasse por isso. Que se morresse, que fosse de uma morte física, não emocional.

E enquanto ela morrera, aquele rapaz por quem ela dedicou vários momentos de sua vida, estava sorrindo do lado de outra pessoa, sem ao menos dar a mínima por alguém que o valorizou por tanto tempo. Sem ao menos dizer uma palavra como amigo. Sem ao menos dizer para que ela confiasse no amor.

Mas ela sonhara que um dia ele viria lhe perguntar a verdade. Que um dia ele quisesse realmente saber sobre tudo que ela passou por ele. Tudo que ela fez por ele.

– A verdade? – perguntou incrédula a jovem moça.

– Sim, a verdade. – ele respondeu.

– A verdade é que... Minha vida inteira sempre será sua. ”

Em um pedaço do livro que eu certamente, escreverei sobre o fim da nossa história.