12 de março de 2010

Não é meu coração partido, é a boca dele falando.

Ninguém nunca me escreveu uma carta. Não do modo dos filmes românticos, ou dos contos. E era desse jeito, como nos contos, que eu gostaria de ganhar uma carta. Não precisava ninguém dizer que me amava, bastaria dizer que eu era importante e que gostaria de me ver feliz. Sei lá, não que essa carta valesse mais do que qualquer coisa do mundo, mas valeria alguma coisa. Faria um pequena diferença, ou uma grande diferença. Dependeria do remetente. E eu confesso que eu adoraria ver seu nome assinado no fim da página escrita, e ao verso do envelope comum. Poderia ser uma carta de qualquer coisa. Um aviso, um elogio, uma crítica, ou qualquer coisa; mas bastaria ser você. Porque eu realmente entenderia que você se importa comigo o suficiente, para me escrever uma carta. Mas a realidade é outra. Não é que eu não valha nada para você, mas eu sei que estou acampada na porta do teu coração, passando frio. E eu sei que vai ser bem difícil entrar nele. E não é que eu não consiga, muito menos não é porque eu não queira entrar no seu coração e fazer a diferença. Mas é porque você simplesmente não quer, e não consegue abrir a tal porta.