19 de abril de 2010

Desejo.

Eu vou dizer que nunca te amei. Até porque, eu preciso acreditar nisso, porque quem sabe, eu esqueça de vez tudo o que você fez para mim. Eu confesso que nestes últimos três anos, as coisas se tornaram um tanto complicadas, um tanto maravilhosas. Nos primeiros e inusitáveis anos, foi tudo uma maravilha: 'Oh, eu me apaixonei'. Nos anos seguintes, foi tudo a minha culpa. Eu que quisera continuar com essa historinha rídicula de me apaixonar. Até hoje, me lembro de como eu era, de como você era, e de como eu mudei de lá para cá. Você também mudou. Mas talvez eu não tenha prestado atenção o bastante nisso. E agora, você não sabe como eu me odeio por te amar tanto assim. Eu me odeio por não sair por aí, como todas as outras meninas, felizes por não sofrerem tanto quanto eu por causa de homem. E você, que se apaixonou inúmeres vezes e disse que 'amou' enquanto eu humildemente disse que 'me apaixonei' enquanto foi eu que amei de verdade... É, meu querido, você não sabe o que é amar, você não sabe o que é amar... E se você soubesse, quem sabe, você se importasse comigo... Mas definitivamente, você não sabe amar. E eu, que achei que você se importasse comigo, esqueci de mim mesma, numa rua deserta e sombria na cidade do Amor.
Se quiser me encontrar, encontre um mapa para esta cidade. Aqui as coisas são belas, intensas, obscuras e dolorosas. Mas venha assim mesmo. Não para me encontrar, mas para encontrar o meu amor tão vívido por você. Porque ninguém vive sem conhecer a Cidade do Amor.