1 de agosto de 2010

A verdade sobre ele.


Ele sabia que eu gostava dele. Ele sabia que a forma e a intensidade que eu o olhava todo vez que nos encontrávamos, significava alguma coisa. Eu esperava algum retorno, esperava que ele me ligasse, que se importasse. Inútil. Ele não me olhava de volta, ele não percebia a intensidade e a forma que eu o olhava. Ele não ligava porque não se importava. Ele não discava os oito números que eu lhe dei porque não se importava. Ele nem tentou. Não ligou, não respondeu minha mensagem, não me visitou mais. E eu? Eu me importei, lógico. Porque eu sou idiota. Eu me importo com ele, assim como a mãe dele. Me acho idiota assumindo uma coisa dessas. Eu não era idiota até ele chegar. Porque eu simplesmente não ligava pra nada, além da minha maquiagem. Eu queria voltar a ser como antes. Sem ele. Sem nada. Sem ninguém. Sem borboletas. Sem amor. Sem paixão.
Eu me lembrei de tudo que ele me disse, me lembrei que ele me disse que se importava. Ele já se importou. Com ele. Não comigo. Ele era tão egoísta, tão superficial. Imundo, hipócrita, ridículo. Ele era tudo isso e muito mais.
Eu não queria mais perder meu tempo escrevendo algumas palavras desosganizadas para ele. Não queria dar créditos, se é que podemos dizer assim. Ele era feliz. Eu sabia que ele era. Ele se importava com a beleza dele, com o cabelo dele, com a pele dele, com o jeito como o cabelo dele ficava moldado quando o vento batia. Eu sempre achei que ele fosse egoísta. Sempre achei que seu nome fosse Egocentrismo. Eu achava isso até que me provaram uma coisa. Sim, ele era gay.

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