30 de abril de 2011

La Douleur.


Mas está doendo. E não quero te ver por hoje. Estou evitando qualquer pensamento que me leve direto até você, qualquer coisa que me lembre você. Só por garantia. Dói pensar em como foi o nosso último beijo. Não senti absolutamente nada, e não queria que você percebesse que estava tudo errado. Sou uma atriz, talvez. Consegui fingir que estava bem mesmo com um mundo caindo dentro de mim. E isso doía. Mantive meus olhos fechados até enquanto pude. Estava sentindo as lágrimas chegarem, e se eu abrisse meus olhos, veria que eu estava com razão. A única coisa que eu queria, pela primeira vez, em toda a minha vida, era não estar com você e que principalmente aquilo tudo acabasse. Queria voltar para casa e deixar as lágrimas prisioneiras se libertarem. Não foi exatamente assim que aconteceu. Quando tudo aquilo passou, e não tive que fingir mais nada, parecia que as emoções estavam presas de uma forma doentia no meu coração. Como se elas criassem raízes e eu não consigo arrancar. E aquilo tudo me sufocava. E não importava como, nem se sempre eu tentasse, eu não conseguia colocá-las para fora. E isso mais uma vez me sufocava. Me odiei por alguns pequenos segundos, e nem mesmo tudo isso. Talvez miléssimos ou centéssimos. Então a melhor coisa que eu poderia fazer naquele momento era esperar a noite passar e um novo dia nascer... E mesmo assim, hoje, quando o dia amanheceu, senti uma fisgada no meu peito. Era a dor mais uma vez chegando por você ter me passado pela cabeça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário