26 de junho de 2011

As Lembranças.


Não importa o tempo que passe, eu sempre vou esperar. Esperar talvez algo que eu não saiba realmente o que é. Talvez esperar que acabe tudo o que sinto, talvez esperar que tudo volte a ser como era antes.

Foi estranho porque acabou antes de ter realmente começado. E deixou saudades e até aquela velha e - já não nova - nostalgia que vive me atormentando agora. Não é simples quando você passa e sorri e o seu perfume vem me rodear e faz as lembranças voltarem. Não vou mentir que tentei enterrar tudo isso em qualquer parque do meu coração. E sem dúvidas, nada adiantou o meu esforço. O fato de te ver todo os dias talvez tenha contribuído para que a dor acabasse aos poucos e não de uma vez. Eu realmente não sei se posso considerar tal coisa como boa ou ruim. Os dois, talvez, quem sabe.

De jeito ou maneira, vez ou outra, eu me culpo por alguma coisa que não sei qual pelo fim de tudo. Ou quase tudo. Mesmo sabendo que a culpa não é minha, na verdade, não é nem sua. Estranho saber quer o destino trabalhou sobre a gente tão lentamente no "começo" e tão ligeiro no fim.

Hoje quando te vejo não dói como doeu no começo do fim. Já não sei se ao menos dói. Mas eu sinto saudade, sinto falta de toda a aquela época em que você era meu e eu era sua - ainda sou. Eu aprendi a viver com os novos fatos que foram construídos sobre a nossa história, mas ainda me lembro do passado. Um passado não tão distante, mas passado.

Faz um pouco mais de um mês desde que tudo que era presente se tornou passado - o mais bonito de todos, tenho que confessar -, e eu sinto como se fosse anos. Mas está ficando cada vez mais distante e isso é bom - eu acho. Porque está levando todas as mágoas junto, toda a dor junto e isso é, digamos, restaurador.

Dizer adeus nunca foi fácil. Ainda mais para você. Nunca considerei o fim o nosso adeus. Acho que nunca conseguirei dizer adeus para você. Seria como viver sem um pedaço de mim mesma. O fato é que talvez esse pedaço que antes era vital agora não seja mais tão fundamental assim. Isso não significa que o amor tenha diminuído, de jeito nenhum. Isso significa que assim como eu viveria sem uma parte de mim, eu vou vivendo sem você - não sem o amor que bate aqui dentro. Mas assim como eu viveria sem uma parte de mim (ou sem você), eu sentiria (eu vou sentir) falta. E a falta dela (ou de você) vai dificultar tudo.

Mas as lembranças ainda vivem. E eu as desenterro às vezes daquele parque que tentei as enterrar de vez em quando. Porque eu sei que elas sãos bonitas e você também sabe disso. Eu sei que você pensa nelas de vez em quando assim como eu. E sei que também acha difícil e quer as enterrar como eu. Eu sei, eu sei...

Foi difícil, aliás está sendo. Mas eu não tenho mais tanta vontade de que tudo aquilo volte. Não porque o sentimento esfriou ou diminuiu, não é isso. É porque as lembranças foram tão bonitas, que eu tenho medo - se essa é a melhor palavra - de que se tudo voltar, as lembranças não sejam as mesmas. As novas lembranças sejam ruins e trágicas e apaguem aquelas das quais eu não queria esquecer. E eu ainda não quero esquecer.

Vou guardar a melhor parte da nossa história na caixa mais bonita que eu tiver. Só para eu recordar, reviver ou mesmo relembrar. As lembranças você não pode apagar. Nem eu. Nem ninguém.

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