28 de janeiro de 2010

Olha,

eu sei que você têm uma parte de mim colada em algum canto do teu coração. Mesmo você não conseguindo reconhecer, ou mesmo você não tentando procurá-la, eu sei que existe. Você me despedaçou e largou os pedaços que haviam em tuas mãos, mas agora, eu sei que você guardou um pedaçinho dos meus redalhos. Eu não queria saber que você guardou as cópias das minhas palavras. Mas mesmo assim tenho que reconhecer que você guardou. E mesmo havendo um buraco no meu coração depois disso tudo, eu ainda consigo te amar. Consigo olhar para você como eu sempre olhei, mesmo esquecendo e depois lembrando de tudo. Essas lembranças ficarão marcadas no meu coração, como se não pudessem mais ser tiradas. As cicatrizes que esse amor me causou, ficarão marcadas toda vez que alguém me olhar e perceber que pelo modo que meus olhos se expressam, eu me sinto triste por algum motivo. As mágoas podem até ser perdoadas, mas não podem ser extintas. Sinto que agora está muito próximo do final: um sonho não realizado, um coração infeliz, e uma menina jogada numa ruela escura, incapacitada de se levantar. Seja qual for esse final, feliz ou não, no fundo, mais no fundo mesmo, eu vou me sentir muito feliz por sair dessa confusão estúpida. E terei certeza que os sentimentos que haviam no meu coração - que ainda há, no meu coração - , sempre foram verdadeiros o suficiente para me encravarem uma faca. Não uma faca que perfure nosso peito até chegar ao nosso coração. Mas uma faca chama dor emocional.